sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Há amores...

Há amores que nascem fortes
Fincam fundas raízes
Mas não vingam
Encruam...
Nasceram para sonhar
Sonhar em crescer
Sonhar em alcançar a lua
Sonhar ser imortal.
Esperar um raio de sol
Viajar através dele
Rumo ao infinito
É o destino deste amor...
Mas o que ele não sabe
E talvez, nunca saberá,
É que já nasceu lua
Já nasceu sol
Grande, iluminado...
Há amores que nascem fortes
Mas de força etérea
E impossível de ser  tocado
Alcançado...
Vivido...
E ai dele se tentar
Ele se torna vento
Ele se torna ar.
Corre um mundo em seus sonhos
Abraça montanhas ao voltar
Tece castelos imaginários
De areia a dissipar
Ha amores que nascem fortes,
Fincam fundas raízes
Crescem em devaneios
Regados por um ideal
Mas não vingam.
Recolhem-se, todos tortos.
Ao seu mundo seguro e real
No ventre de seus  sonhos mortos.







domingo, 16 de dezembro de 2012

Amor sem fim



Entre duas dimensões
Eles se amaram
Entre duas realidades
Se encontraram
Viajantes do tempo
Que se olham, se tocam
Se amam, se deixam
Destinados ao acaso
Ao vento , ao tempo
Ao alento e desalento
A estarem em meio a muitos
E a estarem sempre sós
Uma luz que atravessa
o túnel tênue da razão
Chama ao encontro
De mais um desencontro
Olhos que se encontrarão
Mãos que irão se tocar
Beijos abraços,
Risos e lágrimas
Promessas... e um adeus.
E sempre será assim
Até que um deles se vá.
E leve este amor sem fim
Mágico, grande e tão bonito.
Por apenas um momento
Para alem do infinito.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Insegurança

Ah o sentir sem saber...
Se há ou não o que doer.
A desconfiança no ser
No ter e não ter.
Ilusão, paixão, tesão
Dor de pensar que não há
Ou há o que pensar
Inseguranças, Mudanças
Dramas sem enredo
Teatro sem publico
Atriz só, com seu medo
Ah...o sentir sem saber
Se o sentido é sentido também
Eco que não volta
Oração sem amem
Cortina que fecha
Em meio a um solo,
Lágrimas da atriz
 Molham seu colo.
 Ah... O sentir sem saber...
( Rosa Alves )

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SOMBRAS

A LUZ NÃO BRILHA MAIS NAQUELA CASA
ERA TOSCA DE TIJOLOS APARENTES
HAVIA RACHADURAS, MAS HAVIA BRILHO EM SUAS JANELAS
A ALEGRIA INCENDIAVA TUDO EM VOLTA
E FAZIA COM QUE A PINTURA ESMAECIDA SE MOSTRASSE DOURADA
MAS O RISO SE FOI, O CARINHO MORREU,
A CONFIANÇA QUE GUIA O AMOR TORNOU-SE DOR,
E A MÚSICA QUE OS PASSOS EVOCAVAM
TORNARAM -SE RUIDOS INSUPORTAVEIS
A LUZ NÃO BRILHA MAIS NAQUELA CASA TAO AFASTADA,
A ESCURIDÃO REINA ABSULUTA.
AS BORBOLETAS QUE LÁ SE ABRIGAVAM,
ATRAÍDAS PELA COR DA ENERGIA EMANADA ,
DERAM LUGAR A MORCEGOS RETIRANTES
A PROCURA DA ESCURIDÃO DE CAVERNAS.
ONDE ESTA A MAGIA DA ESPERANÇA?
FOI-SE COM O ÚLTIMO RISO DA CRIANÇA
QUE DEIXOU A CASA LEVANDO EM SEUS BRAÇOS
OS ULTIMOS BRINQUEDOS DA INFANCIA
ONDE ESTA O BRILHOS DAS ESTRELAS.
QUE SE REFLETIAM NAQUELA CASA?
ONDE ESTA O CANTIGO DO VENTO ENTOANDO O NOROESTE?
FOI-SE EMBORA QUANDO A MULHER SE DESPEDIU DE SONHOS
QUE SONHAVA POR OUTROS QUE NÃO SABIAM SONHAR
O ULT IMO BRILHO A ACOMPANHA NA DESPEDIDA,
DELINEANDO-A EM SOMBRA QUE AGORA É.

ROSA ALVES

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Triste retirante

Pés descalços, Roupa rota,
Triste rosto de ninguém.
Trás tristezas, Leva magoas,
Muitas dores Vai também.
Pés descalços Pisam o solo,
De uma terra seca e árida.
Nas mãos ardem os calos,
De uma vida desgraçada.
Caminha muitas e muitas léguas,
Pra chegar a lugar nenhum,
Corre matas Singra rios,
Eram dois, ficou só um.
Chora a vida que deixou,
Teme a vida que chegar,
Não liga para o que ficou,
E nem para o que virá.

Rosa Alves

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Tempo

O tempo que chama passado
É o ontem, e o hoje será;
A vida corre ao seu lado
E você não pode parar

Ah ..eu me divirto,
Com a importância que das
A apenas o que acha bonito
E não precisa arriscar

Ah... Você que pensa que sabe
De tudo e mais um pouco
Se soubesse ao menos metade
Do que eu sei e do que ouço;

Vem para a vida você
Se despe de seus preconceitos
Venha pra vida você
Jogue pra longe estes medos

Se lance em mar aberto
Se banhe na luz do luar
O que ontem não era tão certo
Hoje e amanha decerto será

Viva o agora com força e garra
Não queira deixar passar
Se cair, levanta e sara;
Pegue a vida pra domar

Tudo passa tão de pressa
E você nada viveu
A vida não é algo que se meça
Pelo pensamento teu

Ah..eu me divirto
Daqui de meu camarote
Te vejo com medo da vida
Não vendo dela a sorte

Ah..eu me divirto
Daqui do meu camarote
Te vejo só dando guarida
A sombras, tristezas e morte.

Rosa Alves

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Uma fera em mim

Uma fera ruge dentro de mim
Uma fera milenar...
Fera que já singrou os sete mares
E que vem de tempos imemoriais
Corre em meu sangue
Transpira em minha pele
Manifesta-se no meu olhar

Vive em mim uma fera indomável,
Que não aceita regras e ditames
Que ruge ao menor desagrado
Não aceita ser comandada
Vigiada, manipulada.
Só eu sei dela assim
Ele tem gana de poder
Poder ser, ter, querer.

Uma quimera vive comigo
O tempo todo ao meu lado
Invisível, indelével, imaterial,
Porém, forte e manifesta;
Quimera de cabeças múltiplas
Personalidades que se dividem
Entre o bem e o mal
Transforma-se a cada momento
Nos meus mais recônditos temores

A fera em mim grita alto,
Sacode as grades com fúria
Mas a prisão é forte
Foi cimentada com o tempo
Acorrentadas com a decisão
Decisão precisa e definida
De quem julga que é preciso
Aprisionar seus instintos
Reter desejos infundados
Decisão prática e patética
De quem seria mais feliz
Se tivesse coragem de libertar
Ao menos um de seus monstros
Deixa-lo respirar, correr...
E viver ao menos uma vez
A simples sensação de ser

Rosa Alves